quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A telinha contra os mosquitos e o jornalismo

Aproveitando esse período de ociosidade, com o semestre do Jornalismo na Feevale encerrado e temporariamente desempregado, resolvi montar umas “telinhas” contra mosquitos para colocar nas janelas do quarto. Tudo parecia tão simples, até eu começar a executar a obra.

Comprado o material, eu estava eufórico, pois iria desenvolver minha criatividade, fazer algo diferente da minha rotina, agradar a Selma Naiara e, o que era ainda melhor, economizar dinheiro. Esparramei tudo na varanda dos fundos da casa: sarrafos, pregos, parafusos, um martelo enferrujado, um serrote cego e com o cabo quebrado, meia-dúzia de chaves de fenda, umas latas com restos de tinta e mais um monte de bugigangas.

Foi aí que tive a primeira dor de cabeça. Aliás, dor nas costas, pois não havia uma mesinha sequer, muito menos uma bancada de marceneiro, para trabalhar. O jeito foi ajoelhar no piso, por azar, com uma lajota áspera (daquelas anti-escorregadias). Além de me doer as costas, os joelhos também tiveram problemas. E assim passei o dia inteiro. No inicio da noite, a varanda parecia um cenário pós-tsunami. Eu já não sentia tanto as costas e os joelhos, pois doíam mais as escoriações e as marteladas nas mãos.

Pensa que terminou ali, o meu suplício? Que nada! Já tenho a certeza de que o produto final não será bom como eu esperava. Preciso comprar mais material. Não sei que consigo terminar o trabalho hoje. E o que é pior, imagina a cara da Selma Naiara quando, ao chagar de seu trabalho, viu o que estava acontecendo ali na sua varanda. Tentando ser gentil comigo, ela apenas disse: “Tem coisas que não adianta querer economizar.”

Obviamente, não cortei os pulsos diante do fracasso. Tivesse feito isso, você não estaria lendo esse artigo. Mesmo frustrado pelo meu insucesso com as telinhas contra mosquitos, aproveitei para filosofar um pouco (Muita coisa poderia funcionar melhor se as pessoas tirassem um tempinho diário para pensar.).

Entre outras tantas conclusões, fortaleci minha tese de que cada atividade deve ser desempenhada por pessoas especializadas. Até mesmo o jornalismo.

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