sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Precisa diploma para jornalista?
Minha mãe sabe tudo sobre chás. Passou a vida inteira preparando um chazinho para um filho com dor de barriga, para uma neta com cólicas. Nesses seus 84 de vida, dona Flor acumulou conhecimentos e seus chás são eficazes quando o problema, realmente, é uma simples dor de barriga ou cólica. Se a enfermidade for mais séria, a solução é procurar um médico.
A diarista que presta serviços na casa da minha irmã é expert quando o assunto é pequenas pendências do tipo cobrança abusiva de juros, prestações com valores errados. É falar para a Nice sobre o problema e ela indica o caminho a seguir. Mas se houver uma questão mais complexa, a solução é buscar a orientação de um advogado.
Eu poderia passar horas enumerando casos de pessoas sem formação específica, que conhecem determinados assuntos. Só isso não as credencia a desempenharem determinadas profissões. Assim como o médico, o jornalista influencia na vida e na saúde das pessoas. Imagina o cidadão praticando medicina apenas porque gosta disso?
Jornalismo é coisa séria. Por isso, defendo a exigência do diploma para a sua prática. Defendo, também, uma proposta para não tirar do mercado aqueles que estão na atividade e não têm formação. Como argumentei no artigo anterior, a saída seria exigir que todos os “jornalistas práticos”, se quiserem continuar na atividade, sejam obrigados a ingressar em uma faculdade de Jornalismo e tenham um prazo máximo para concluírem o curso.
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