terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Da cruz à lâmpada mágica

Depois da ceia, Jesus subiu o monte para orar. Em seguida, vieram avisá-lo que os soldados estavam a sua procura para prendê-lo. Jesus, então, chamou seus amigos, que dormiram ao invés de orar, e partiram na direção do deserto.
O grupo caminhou quase a noite inteira. Ao perceber que já não eram seguidos, Jesus, no meio do deserto, realizou mais um milagre: da terra árida Ele fez surgir uma mata densa, com córregos de água límpida e árvores carregadas de frutos.
Logo amanheceria e a passarada já cantava animada, dando as boas-vindas a Jesus e seus amigos. Todos saciaram a sede e mataram a fome com deliciosas frutas doces como mel, mas estavam cansados da longa caminhada noturna.
Antes que os mais exigentes reclamassem, o mestre, como o gênio de Aladin, não poupou seus milagres e, sem que ninguém percebesse, criou uma aprazível vila com casas confortáveis. Exaustos, todos se acomodaram e dormiram até o entardecer.
Diferente do gênio, Jesus, o Filho de Deus, tem poderes ilimitados. Ele é o próprio Deus. E sabendo que todos acordariam famintos, preparou-lhes uma mesa farta regada de peixe e vinho da melhor qualidade. Até um grupo musical estava a postos para que a alegria do grupo fosse completa.
A partir daquele dia, todos que creram em Jesus e o seguiram viveram felizes, sem fome, sem dor, sem tristezas. Tudo isso por que o Salvador, Jesus, não se cansava de zelar por eles. E os cristãos viveram felizes por toda a eternidade.

A narrativa acima não se encontra em nenhum evangelho, nem nos apócrifos. Esta é uma nova versão do cristianismo, vigente em muitas comunidades, pregada com ênfase por muitos que, equivocados ou mal intencionados, transformaram Jesus num mágico. O mestre deixou de ser um guia, orientador, para ser um servo, não no sentido que Ele recomendava. O Jesus histórico, aquele das narrativas de Mateus, Marcos, Lucas e João, ensinava que devemos servir e ajudar os necessitados. “Amaras ao teu próximo como (amas) a ti mesmo.”
O que temos ouvido atualmente, nos púlpitos e em superproduções nos meios de comunicação, são promessas de prosperidade, riqueza, saúde. Quem crê prospera, enriquece e não adoece. Por conveniência, ignorância ou charlatanismo, faz-se uma releitura da Bíblia que nos conduz a esse novo comportamento.

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