terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vaca Atolada: fácil de preparar, de muita sustância, ótima pedida para o frio


Antigamente, tropeiros passavam dias levando boiadas de uma região para outra, por caminhos abertos pelos próprios animais. Nesses caminhos, eles enfrentavam diversas adversidades, entre elas banhados. Era comum alguma rês atolar num desses charcos e quando isso acontecia, os tropeiros tinham muito trabalho para salvar o bicho. Enquanto os peões trabalhavam arduamente, a boiada pastava a vontade e o cozinheiro do grupo preparava uma refeição reforçada, com muita sustância, pois sabia que todos voltariam exaustos para o acampamento.
Os tropeiros tinham o costume de levar com eles uma vasilha com carne de gado envolta em banha. Normalmente a carne era costela, pois, por ter muitos ossos, era menos apreciada na mesa dos fazendeiros. O cozinheiro ascendia o fogo de chão e enquanto a carne fritava, descascava mandioca (aipim), uma raiz facilmente encontrada em qualquer beira de estrada. A carne ia fritando e, para não grudar na panela, ele colocava um pouco de cachaça, que era o líquido mais próximo naquele momento. Com a carne já cozida, a panela recebia a mandioca e os temperos que estivessem à mão, sal, cebola e alguns dentes de alho. A mistura fervia até a peonada terminar o resgate do animal estropiado. Assim, o prato, tão apreciado pelos tropeiros, ganhou o nome de Vaca Atolada.

RECEITA URBANA

Os tempos são outros, tropeiros já não existem, mas a Vaca Atolada cruzou os séculos e chega as nossas mesas numa versão mais urbana. Um prato ótimo para os dias frios do inverno gaúcho.

Ingredientes: *
- 1 costela bovina não muito gorda (+ ou - 1,3 kg)
- 1 kg de aipim (peso depois de descascado)
- 2 cebolas de cabeça
- 3 dentes de alho
- 2 colheres de sopa de extrato de tomate
- sal a gosto

Modo de preparar:
- corte a costela em pedaços;
- leve uma panela grande ao fogo, um pouco de óleo e meia colher de chá de açúcar;
- quando o açúcar ferver, coloque a carne na panela e deixe fritar até dourar;
- adicione o extrato de tomate, a cebola e o alho e deixe fritar mais uns instantes;
- vá adicionando água para não grudar no fundo da panela;
- quando a carne estiver bem cozida, adicione o aipim e acrescente água até cobrir todos os ingredientes;
- deixe ferver, mexa com uma colher grande para não grudar na panela.
- quando o aipim tiver bem cozido, sirva acompanhado de arroz branco e uma boa salada verde. Um bom vinho também vem a calhar.

* A porção da receita é ideal para seis pessoas. Bom apetite!

Notas:
Se você precisar ganhar tempo no preparo da Vaca Atolada, ferva a carne em uma panela de pressão por cerca de cinco minutos, depois siga todos os passos do modo de fazer. Aproveite a água da fervura quando acrescentar o aipim.
A Vaca Atolada também pode ser feita com sobras de churrasco e aipim cozido.








Paixão Colorada: Ídolo, sim! Treinador, ainda não


Fernandão está na minha galeria de grandes nomes do Inter e lá permanecerá para sempre, ao lado de outros como Larri, Claudiomiro, Valdomiro, Carpegiani, Manga, Falcão, Dario, Clemer e Iarley. Isso, porém, não me obriga a vê-lo como técnico à altura da necessidade do nosso glorioso Internacional. Carismático, inteligente, comunicativo, conhecedor de futebol, não se pode negar, mas parece que precisará trabalhar muito para chegar no nível de técnicos vitoriosos que já passaram pelo Beira-Rio, como Minelli, Muricy e Abelão.  Faço toda essa introdução para dizer, polidamente, que Fernandão (pelo menos nesse momento) não serve para ser técnico colorado.
Eu brinquei aqui neste mesmo espaço, quando o Fernandão assumiu, que ele seria um divisor de águas, a marca de uma nova fase no futebol brasileiro, em que os treinadores deixariam de ser descartáveis a cada resultado negativo. Continuo achando que não é o insucesso em um clássico, ou uma má campanha no Brasileirão que deve determinar a saída de um treinador, tanto do Inter como de qualquer grande clube brasileiro. O técnico precisa de tempo para organizar sua equipe e conhecer todo o potencial do grupo, inclusive os das categorias de base. O que me assusta e me desanima com relação ao Fernandão, é que ele não apresentou, ainda, um esboço de time. O que temos visto, rodada após rodada do Brasileirão, é um amontoado de bons jogadores, voluntariosos até, mas sem objetividade. Até comentei com alguns colegas, em tom de deboche, que não me surpreenderia se nesta quarta-feira, contra o Coritiba, no Paraná, nosso técnico promovesse o retorno do Índio, na zaga ao lado de Bolívar e Juan (e o Fernandão já ensaiou jogar com três zagueiros) e também a volta do Elton no meio com Ygor e Guñazu (Ele gosta tanto de três volantes).
O discurso da direção colorada de que vamos fazer um segundo turno com pontuação de campeão não me convence. É preciso muito mais do que ter todo o grupo a disposição. Esquema de jogo o Inter não tem e, até me provem o contrário, isso não depende de grupo, mas sim de comando a beira do gramado.

sábado, 25 de agosto de 2012

Um lutador


Quando meu filho caçula, Samuel, disse que praticaria Muay Thai, eu só não fiquei mais apreensivo por que não sabia exatamente o que era isso. Ele deu aquela explicação típica de quem tem a sua idade: “É uma luta show de bola!” Tive de pesquisar para saber que se tratava do boxe tailandês. Uma arte marcial conhecida como "a arte das oito armas", pois se caracteriza pelo uso dos punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés.
Poucos dias depois que ele começou os treinamentos, cinco, às vezas até seis, dias por semana, percebi que se tratava de uma atividade associada a uma boa preparação física. E o guri botou corpo (se eu não fosse nascido em São Francisco de Paula até diria que ficou um “homão” bonito e muito forte). Com tanta correria, do trabalho para os treinos, e com os primeiros hematomas e chutes nas canelas, imaginei que o Samuca logo desistiria daquele intento. Mas foi aí que comecei a perceber que estava diante de um sujeito determinado, que, embora tão jovem, já sabe que as coisas não caem do céu e que para atingir qualquer objetivo é preciso abrir mão de alguns prazeres e confortos dessa vida.
Passado mais algum tempo, quando Samuel, uma noite chegou em casa mancando, com um pé inchado, por causa de um chute no cotovelo de um colega de treinos, tive a certeza de que ele não tinha puxado a mim, pelo menos no quesito determinação. A partir dali passei a ver aquela sua atividade com outros olhos. Além do ótimo condicionamento físico, o Samuca demonstra concentração e autoconfiança. E fiquei mais tranquilo quando soube que por aqui os praticantes do Muay Thai não podem usar os cotovelos contra seus adversários (deixam isso para o futebol).
Cerca de uns 15 dias atrás, Samuel nos contou que neste sábado faria sua primeira luta. Confesso que me deu aquele nó no estômago, mas tentei manter a calma. Afinal de contas, desde minha juventude, sempre concordei com Khalil Gibran que diz: “Vossos filhos não são vossos filhos”. Não tenho o direito de tomar decisões por meu filho e ele já me deu muitas demonstrações que merece minha confiança.
Eu mal escondia minha apreensão, no final da tarde deste sábado, quando soube que a luta foi cancelada e a estreia adiada. Cairo, meu filho mais velho e incentivador no mano, e eu iríamos assistir a luta. Selma Naiara, a mãe do nosso lutador, disse que não iria e respeitamos sua decisão. Mãe alguma deve sentir-se bem vendo um filho lutando.
Devo confessar que não me senti feliz pelo cancelamento da luta. Afinal, todos nós precisamos enfrentar a ansiedade e o nervosismo da estreia. Fique tranquilo, meu filho, pois independente do que venha a acontecer na primeira luta, já és um vencedor pela tua determinação. Aqui em casa, estamos todos orgulhosos de você.

Bendita chuva que embeleza ainda mais o nosso jardim

Na vida urbana, a chuva parece que só atrapalha; é o trânsito mais engarrafado do que o normal, são as poças d'água no passeio público. E quer pior que um guarda-chuva pingando no seu pescoço dentro de um ônibus lotado? Mas a chuva é indispensável para a vida de todos nós. Bendito sábado de chuva que embelezou ainda mais o jardim da minha casa. Confira algumas imagens:
















sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vamos cuidar do nosso planeta


Nos próximos dias estará circulando mais uma edção do Caderno "Vamos cuidar do nosso planeta", do Jornal O Diário da Encosta da Serra. Buscando sensibilizar nossas comunidades para a necessidade de cuidarmos do meio ambiente, nesta quarta edição seguimos apoiando as ações das escolas da região. É um jornalzinho interno que surge aqui, um projeto de captação de água da chuva ali, e aos poucos essas ações vão se somando e servindo de exemplo para toda a sociedade.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Meios de Comunicação são tema de estudo no IEI

As turmas do 3º ano, das professoras Gesica Dorfey e Ilane, no IEI – Instituto de Educação Ivoti, estão estudando os meios de comunicação. Nesta quinta-feira, estive representando o Jornal O Diário na escola para uma conversa sobre a atividade. Mostrando interesse e curiosidade, as crianças acompanharam a explanação e questionaram sobre o Jornal O Diário e outras questões relativas do assunto.








quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Bota ponta, Fernandão”


Lá no início da década de 1980, o humorista Jô Soares tinha um quadro em seu programa semanal onde cobrava do então técnico da Seleção Brasileira, Telê Santana, a falta de ponteiros na sua equipe. E o comandante brasileiro tinha bons motivos para povoar seu meio de campo, pois contava com craques como Toninho Cerezo, Paulo Roberto Falcão, Sócrates, Zico e Batista. Todos eram craques, inclusive o Batista, único reserva dentre os citados. E o “Gordo” não poupava, pedindo: “Bota ponta, Telê!”.
Hoje, na linguagem do futebol não se usa mais o termo ponteiro, porém dentro de campo a situação é a mesma. Você pode ter onze craques, mas não dá para jogar sem atacantes. E o que dizer se você tem apenas jogadores “normais” e teima em jogar com o setor defensivo povoado demais. É o que eu tenho visto acontecer com o Inter. E não me iludo: jogando com dois veteranos na zaga e mais três volantes, podemos até não perder, mas não ganhamos de ninguém. Um time que depende das chegadas do Elton e do Guiñazu para criar jogadas de ataque não pode dar certo. E não estou dizendo que eles não servem para o time do Inter. Digo que não dá para escalar os dois e mais o Ygor, que também é volante. Futebol se faz com aplicação, união do grupo e explosão (leia-se criatividade, arrogância, objetividade). O Inter do Fernandão tem mostrado aplicação, tem mostrado união, mas continua sem criatividade, como nos tempos do Dorival. Perdemos apenas dois jogos no Brasileirão e temos tudo para encerrar o primeiro turno assim, mas é preciso mais que três empates (contra Corinthians, Portuguesa e Grêmio) para entrar no G4 ainda no primeiro turno.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cadê a estrada que estava aqui? Os políticos levaram


No dia 3 de outubro do ano passado, o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado e uma comitiva de deputados de vários partidos estiveram na localidade de Arroio Bonito, em São José do Hortêncio para anunciar a retomada das obras de pavimentação da estrada Hortêncio/São Sebastião do Caí. Eu escrevia, na ocasião, parecer que desta vez a obra sairia do papel, pois anos atrás os moradores da região foram iludidos com a promessa do fim da poeira e do barro. Até o maquinário foi para lá, mas asfalto que é bom, nada. Dizia, também, que muitos moradores estavam incrédulos, pois era a terceira vez que lhes prometiam a obra. E eu encerrava o comentário relatando que no momento da assinatura da autorização do início dos trabalhos, o vento quase levou o documento e não faltou quem interpretasse o fato como um presságio.

Pois nesta quinta-feira, dez meses depois daquela cerimônia, voltei a Arroio Bonito e cheguei à triste conclusão de que teria sido melhor se o vento tivesse “roubado” o documento e a obra não fosse recomeçado. O que fizeram, principalmente, com os moradores de Arroio Bonito é algo que só indo lá para ver. Antes, como todas as estradas de chão da região, aquela via era bem conservada. O barro e a poeira incomodavam, mas dava para transitar com tranquilidade. Hoje, o barro e a poeira continuam atormentando e a estrada (se é que dá para chamar aquilo de estrada) é algo que não dá para definir. Fizeram uma base para colocar o asfalto, com pedras tipo aquelas usadas para calçamento irregular e não dá nem para passar uma patrola para ajeitar a pista. Lamentável o descaso com uma comunidade que trabalha de sol a sol para produzir a riqueza da região e para pagar os salários daqueles que lá estiveram prometendo o que não cumpririam.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012