Uma pesquisa realizada pelo
Mestrado em Virologia da Universidade Feevale comprovou que, em 2020, houve uma
queda acentuada na disseminação e na transmissão do vírus causador da gripe e
de outros vírus respiratórios comuns nas regiões dos vales do Sinos e
Paranhana, em relação a indicadores anteriores. Publicado no Journal of Medical
Virology, uma das publicações científicas mais importantes do mundo, o estudo
comparou as taxas de contágio dos vírus Influenza A (FLUAV) e B (FLUBV),
Enterovírus 68 (EV-68), Mastadenovírus Humano C (HAdV-C), Rinovírus (RV) e
SARS-CoV-2, causador da Covid-19, durante a pandemia no ano passado, juntamente
com os dados dos boletins epidemiológicos de 2019 do Ministério da Saúde e da
Secretaria Estadual da Saúde.
No período de março a
dezembro do ano passado, a mestranda Ana Karolina Antunes Eisen analisou o
resultado de 987 exames de detecção molecular dos diferentes vírus em amostras
de pacientes com Síndrome da doença respiratória aguda (SDRA). O resultado
dessa análise mostrou que 418 amostras (42,3%) foram positivas para o
SARS-CoV-2, 16 (1,62%) para FLUAV (causador da H1N1), 67 (6,78%) para HAdV - C,
55 para o RV, sendo 22 para o RV 1/2 (26,3%) e 37 para RV 2/2 (13,6%), e
nenhuma afirmativa para FLUBV ou EV-68. Durante o período, também houve três
casos de coinfecção pelos vírus da gripe e o vírus da Covid-19, sendo um caso
triplo pelas duas com o Mastadenovírus Humano C.
Para o pesquisador e
orientador do estudo, Fernando Spilki, coordenador do Laboratório de
Microbiologia Molecular da Feevale e da Rede Corona-ômica, iniciativa da Rede
Vírus, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), as
medidas adotadas por parte da população no período, como o uso de máscaras, a
lavagem frequente das mãos e o distanciamento social, contribuíram para o
resultado da circulação de vírus endêmicos causadores de doença respiratória,
menos disseminados do que na trajetória histórica conhecida.
“Os resultados demonstram
que medidas de controle da disseminação do SARS-CoV-2 também têm impacto no controle
de outras doenças respiratórias”, diz o pesquisador.
Ainda segundo Spilki, outro
fator que pode ter ajudado para a diminuição de casos confirmados do vírus
Influenza é a vacinação contra a gripe, que no ano passado foi disponibilizada
a um público maior do que em campanhas anteriores. Ele alerta e reforça para a
importância da imunização, que começará em 12 de abril e se estenderá até 9 de
julho, em três fases.
“Neste ano é importante que,
especialmente as populações mais suscetíveis, busquem a vacinação contra a
gripe e o SARS-CoV-2, observando as orientações quanto ao prazo de 14 dias de
intervalo entre as aplicações das duas vacinas", complementa. (Fonte: Site Feevale)
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