Quando o moço rico perguntou ao mestre o que deveria fazer para ser seu discípulo, a resposta que ouviu foi direta, objetiva: - Vende o que tens e segue-me!
Quando o mestre expulsou os vendilhões do templo, não anotou seus CPFs para uma futura averiguação ou para “a lista negra da porta do céu”. Aliás, ele odeia o pecado, mas ama o pecador.
Quando o mestre contou a história do filho que gastou toda a sua herança na orgia, com prostituição e drogas, que final ele deu para a parábola? O pai acolheu aquele filho ingrato sem cobrar nada.
O que nos distancia do mestre é o egoísmo. Estabelecemos critérios de bondade, merecimento, aceitação. Nós, eu e você, certamente, teríamos dito ao jovem rico: - Você não pode seguir-nos. Cometeste muitos erros, sua riqueza deve ser ilícita, precisas de muitos anos de arrependimento.
Religiosos que somos, daríamos uma segunda chance àqueles que profanam as coisas de Deus, mas os vendilhões, e são tantos nos nossos dias, precisariam passar por um programa de reeducação para depois sentarem à nossa mesa.
Como posso estabelecer juízo sobre as coisas que me cercam? Estaria apto a determinar o que é certo e o que é errado? A sociedade, nesta grande aldeia global que é nosso planeta, está doente. E o remédio não será a caça às bruxas, não será o fio da espada.
Eu sei, isto já foi dito tantas vezes, mas é preciso dar uma chance à paz. É preciso pagar o mal com o bem, é preciso, sim, dar a outra face. Mas só conseguiremos quando nos desapegarmos dos bens materiais, quando pararmos de “vender no templo” e nos voltarmos ao Pai admitindo que “pequei contra ti e não sou digno das migalhas que caem da tua mesa”.
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