terça-feira, 31 de março de 2020

Campo Bom cria comitê público-privado para gerenciar crise

Empresas como Arezzo, Getnet, Aniger e FCC integram a iniciativa que já anunciou sua primeira ação: a doação de 10 mil cestas básicas de alimentos à comunidade

Dezesseis empresas privadas, duas entidades de classe, o principal sindicato de Campo Bom, Legislativo e Executivo Municipal. Todos reunidos em uma teleconferência realizada na tarde desta terça-feira, 31, e que resultou numa iniciativa inédita: a implantação de um comitê público-privado que debaterá ações efetivas e preventivas focadas no desenvolvimento da cidade durante e após o Covid-19.  O propósito: unir forças para que Campo Bom passe por essa crise da melhor forma possível, com menor impacto em emprego e fome.
Além do compartilhar conhecimento e gerenciar ações, o grupo deu início a um trabalho coordenado de iniciativas que voltarão regularmente à mesa de discussões e que pautarão grupos de trabalho responsáveis por discutir temas como estabilidade, questões trabalhistas, flexibilização de jornada, auxílio financeiro, EPIs, trabalho autônomo, redução de jornada e desemprego. O projeto foi batizado de Todos por Campo Bom e uma de suas ações mais imediatas será a doação de 10 mil cestas básicas de alimentos para trabalhadores da cidade.
O prefeito Luciano Orsi presidiu a teleconferência, junto com o diretor da Arezzo &Co., Alexandre Birmann, que convidou os colegas empresários a aderirem à iniciativa. Ele apresentou ao grupo algumas medidas governamentais já vigentes, como o financiamento da folha de pagamento, redução de jornada e a ajuda financeira de R$ 600,00 para trabalhadores informais, o que denominaram de “coronavoucher”. Medidas ainda aguardadas, como diferimento de impostos federais, possível suspensão de contratos de trabalhos e possibilidade de maior redução da jornada de trabalho também foram citadas.
A fim de posicionar o grupo sobre a situação da cidade, o prefeito Luciano Orsi apresentou alguns números de Campo Bom, sendo que um chamou atenção: o custo diário estimado do lock down (sistema de quarentena) provocado pelo Coronavírus é de R$ 5,4 milhões.  A cidade contabiliza mais de duas mil empresas paradas e tem na indústria seu maior empregador (com mais de 13 mil empregos formais). A prestação de serviços é o segundo ramo gerador de empregos, com 5,7 mil vagas ocupadas. Pessoas na informalidade chegam a 8,8 mil.  O prefeito também lembrou que Campo Bom foi a primeira cidade gaúcha a registrar caso de Coronavírus e que os dois casos ocorridos na cidade estão bem e recuperados, mas Luciano Orsi também demonstrou preocupação com a questão hospitalar, no que diz respeito à disponibilidade de leitos regionais de UTI. “Nossa maior preocupação é com a saúde das pessoas que precisa ser preservada e garantida, porém temos que ter compromisso em garantir comida na mesa delas, o que passa pela manutenção dos empregos e neste alinhamento de ações que estamos discutindo”, enfatizou.
Além da Arezzo & Co, participaram da teleconferência representantes das empresas Box Flex, Aniger, Plínio Flek, Lojas Paludo, Getnet, Ortobom, Ticket Log, FCC, Box Print, Verallia, Usaflex, Calçados Nunes, Feisthauer, Sunset e Verselli e representantes da CDL, ACI, Sindicato dos Sapateiros e Câmara de Vereadores.

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