Empresas como Arezzo, Getnet, Aniger e FCC integram a
iniciativa que já anunciou sua primeira ação: a doação de 10 mil cestas básicas
de alimentos à comunidade
Dezesseis empresas privadas, duas entidades de classe, o
principal sindicato de Campo Bom, Legislativo e Executivo Municipal. Todos
reunidos em uma teleconferência realizada na tarde desta terça-feira, 31, e que
resultou numa iniciativa inédita: a implantação de um comitê público-privado
que debaterá ações efetivas e preventivas focadas no desenvolvimento da cidade
durante e após o Covid-19. O propósito:
unir forças para que Campo Bom passe por essa crise da melhor forma possível,
com menor impacto em emprego e fome.
Além do compartilhar conhecimento e gerenciar ações, o grupo
deu início a um trabalho coordenado de iniciativas que voltarão regularmente à
mesa de discussões e que pautarão grupos de trabalho responsáveis por discutir
temas como estabilidade, questões trabalhistas, flexibilização de jornada,
auxílio financeiro, EPIs, trabalho autônomo, redução de jornada e desemprego. O
projeto foi batizado de Todos por Campo Bom e uma de suas ações mais imediatas
será a doação de 10 mil cestas básicas de alimentos para trabalhadores da cidade.
O prefeito Luciano Orsi presidiu a teleconferência, junto
com o diretor da Arezzo &Co., Alexandre Birmann, que convidou os colegas
empresários a aderirem à iniciativa. Ele apresentou ao grupo algumas medidas
governamentais já vigentes, como o financiamento da folha de pagamento, redução
de jornada e a ajuda financeira de R$ 600,00 para trabalhadores informais, o
que denominaram de “coronavoucher”. Medidas ainda aguardadas, como diferimento
de impostos federais, possível suspensão de contratos de trabalhos e
possibilidade de maior redução da jornada de trabalho também foram citadas.
A fim de posicionar o grupo sobre a situação da cidade, o
prefeito Luciano Orsi apresentou alguns números de Campo Bom, sendo que um
chamou atenção: o custo diário estimado do lock down (sistema de quarentena) provocado
pelo Coronavírus é de R$ 5,4 milhões. A
cidade contabiliza mais de duas mil empresas paradas e tem na indústria seu
maior empregador (com mais de 13 mil empregos formais). A prestação de serviços
é o segundo ramo gerador de empregos, com 5,7 mil vagas ocupadas. Pessoas na
informalidade chegam a 8,8 mil. O
prefeito também lembrou que Campo Bom foi a primeira cidade gaúcha a registrar
caso de Coronavírus e que os dois casos ocorridos na cidade estão bem e
recuperados, mas Luciano Orsi também demonstrou preocupação com a questão
hospitalar, no que diz respeito à disponibilidade de leitos regionais de UTI.
“Nossa maior preocupação é com a saúde das pessoas que precisa ser preservada e
garantida, porém temos que ter compromisso em garantir comida na mesa delas, o
que passa pela manutenção dos empregos e neste alinhamento de ações que estamos
discutindo”, enfatizou.
Além da Arezzo & Co, participaram da teleconferência
representantes das empresas Box Flex, Aniger, Plínio Flek, Lojas Paludo,
Getnet, Ortobom, Ticket Log, FCC, Box Print, Verallia, Usaflex, Calçados Nunes,
Feisthauer, Sunset e Verselli e representantes da CDL, ACI, Sindicato dos
Sapateiros e Câmara de Vereadores.