quarta-feira, 2 de julho de 2014

Eu na Copa do Mundo 2014

Com minha amada, mãe dos meus filhos, Selma Strello
Estou acompanhando a Copa do Mundo não como jornalista, nem como fanático pelo Brasil, mas sim com a visão crítica que o Jornalismo me ajudou a desenvolver e com visão humanitária que a Teologia e a formação cristã me moldaram. Não fui ao Estádio Beira Rio, mas estive em Porto Alegre em dois dias de jogos: no domingo, dia 22 de junho, quando a Argélia fez 4 a 2 na Coreia do Sul; e na quarta-feira, dia 25, quando a Argentina venceu a Nigéria por 3 a 2. Nas duas ocasiões, a movimentação foi muito intensa no Centro de Porto Alegre. No domingo à tarde, pouco antes do horário do jogo, havia uma multidão de pessoas no Caminho do Gol, formando um visual muito lindo com as cores das seleções que se enfrentariam e também com muita gente vestindo as cores da dupla Gre-Nal, mostrando todo o orgulho dos gaúchos pelos nossos maiores clubes. Esse clima de Copa do Mundo pode ter servido para fomentar ainda mais a nossa paixão clubística, mas também para melhorar o relacionamento entre as torcidas rivais. Aliás, abro aqui um parêntese para dizer que a morte trágica do Fernandão, grande ídolo dos colorados, trouxe seu primeiro legado, que foi aquela bela aproximação de gremistas e colorados pouco antes do início da Copa.

Qualquer evento saudável, que proporcione lazer e entretenimento ao povo, é sempre bem vindo. Se ele trouxer ainda a oportunidade de crescimento cultural, melhor ainda. Creio que a realização de uma Copa do Mundo propicia tudo isso, ou seja, mexe com a emoção das pessoas, congrega, diverte e, mesmo que muitos possam apenas acompanhar pelos meios de comunicação, mostra as diferentes culturas e costumes dos povos. Em que pese os efeitos da globalização, ainda temos particularidades muito interessantes, preservadas nos mais variados recantos do planeta.

Com certeza algumas obras ficarão como legado da Copa do Mundo, embora me pareça que faltou um acompanhamento mais crítico da grande mídia (pois ela tem a força para mexer com a opinião pública) lá no começo das tratativas do Governo com a Fifa para a realização do evento em solo brasileiro. Da mesma forma, compreensível, que a entidade máxima do futebol e promotora do evento fez suas exigências, muita coisa poderia ter acontecido diferente (com relação a obras), se a nossa imprensa tivesse pressionado para que não houvesse superfaturamentos e atrasos e até mesmo que muitas obras não saíssem do papel.

Acompanho futebol desde a Copa do Mundo de 1966, quando ouvíamos as transmissões em rádios valvulados que faziam a voz dos locutores oscilarem e, às vezes, se ausentarem por instantes importantes. Acho que o Brasil pode ser campeão este ano, como a Inglaterra foi em 66, influenciado pelo fator local, mas entendo que não merecemos vencer. Tem seleções bem melhor organizadas que a nossa, embora tenhamos jogadores com grandes qualidades individuais. E eu insisto, como postei aqui no Blog do Nando, futebol é esporte coletivo onde o entrosamento e a participação de todos é fundamental. Não se faz futebol com um “Neymar” e mais dez. Os mais antigos lembram da nossa seleção de 1982 que tinha meia dúzia de “Neymares” como Falcão, Júnior, Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Sócrates e Zico. Depois de uma arrancada arrasadora, um pequeno descuido no meio campo e uma pitada de autoconfiança nos tiraram da competição nas quartas de final.

Meu coração quer que o Brasil conquiste o Hexa, mas a razão me diz que melhor seria a vitória da Holanda, que desde 1974 vem mostrando um futebol muito bonito, competitivo, que já merecia ter levantado um caneco. Repito, o Brasil pode vencer a Copa 2014, mas, como em tantas outras áreas, precisamos avançar e melhorar muito.

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