terça-feira, 28 de agosto de 2012

Paixão Colorada: Ídolo, sim! Treinador, ainda não


Fernandão está na minha galeria de grandes nomes do Inter e lá permanecerá para sempre, ao lado de outros como Larri, Claudiomiro, Valdomiro, Carpegiani, Manga, Falcão, Dario, Clemer e Iarley. Isso, porém, não me obriga a vê-lo como técnico à altura da necessidade do nosso glorioso Internacional. Carismático, inteligente, comunicativo, conhecedor de futebol, não se pode negar, mas parece que precisará trabalhar muito para chegar no nível de técnicos vitoriosos que já passaram pelo Beira-Rio, como Minelli, Muricy e Abelão.  Faço toda essa introdução para dizer, polidamente, que Fernandão (pelo menos nesse momento) não serve para ser técnico colorado.
Eu brinquei aqui neste mesmo espaço, quando o Fernandão assumiu, que ele seria um divisor de águas, a marca de uma nova fase no futebol brasileiro, em que os treinadores deixariam de ser descartáveis a cada resultado negativo. Continuo achando que não é o insucesso em um clássico, ou uma má campanha no Brasileirão que deve determinar a saída de um treinador, tanto do Inter como de qualquer grande clube brasileiro. O técnico precisa de tempo para organizar sua equipe e conhecer todo o potencial do grupo, inclusive os das categorias de base. O que me assusta e me desanima com relação ao Fernandão, é que ele não apresentou, ainda, um esboço de time. O que temos visto, rodada após rodada do Brasileirão, é um amontoado de bons jogadores, voluntariosos até, mas sem objetividade. Até comentei com alguns colegas, em tom de deboche, que não me surpreenderia se nesta quarta-feira, contra o Coritiba, no Paraná, nosso técnico promovesse o retorno do Índio, na zaga ao lado de Bolívar e Juan (e o Fernandão já ensaiou jogar com três zagueiros) e também a volta do Elton no meio com Ygor e Guñazu (Ele gosta tanto de três volantes).
O discurso da direção colorada de que vamos fazer um segundo turno com pontuação de campeão não me convence. É preciso muito mais do que ter todo o grupo a disposição. Esquema de jogo o Inter não tem e, até me provem o contrário, isso não depende de grupo, mas sim de comando a beira do gramado.

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