domingo, 17 de junho de 2012

Depois do apagão na Azenha, interditaram o Beira-Rio


(Artigo produzido para a Paixão Colorada, do Jornal O Diário da Encosta da Serra)

Depois daquele apagão da última quarta-feira, na Azenha, eu já buscava inspiração no Gabriel Garcia Marques e no Khalil Gibran, pois ocuparia este espaço, do primeiro ao último caractere, para zoar os arquirrivais. E se isso não bastasse, estava convicto de que, com a volta dos craques de seleção (Oscar. Damião e Guiçnazu), mais o D’Ale, trituraríamos o Botafogo (... morrendo de pena do Andrezinho, tão querido de todos nós colorados.).  Não precisaria nem mencionar o que aconteceu sábado à noite, quem acompanha futebol sabe: o Botafogo cumpriu a determinação do MP e interditou o Beira-Rio.

Antes de cair na real, como a esmagadora maioria colorada, outra vez, me iludi quando o Oscar teve um lampejo canarinho e largou aquela bola com açúcar na cabeça do Damião, ele tentou afastar, (pensando estar socorrendo a zaga colorada), mas o Dagoberto aproveitou o rebote e abriu o placar, pensei: que ingrato que eu sou. O Botafogo continuou, sob o comando do Andrezinho, tentando patrolar o Beira-Rio, mas esperávamos que no intervalo o Dorival arrumasse a casa. Com vantagem no escore, o que fez nosso treinador?

Xingado pela corajosa torcida que enfrentou o chuvisqueiro e foi ao estádio, Dorival parecia cumprir a ordem de interdição e deixou seus comandados assistindo a virada. Quando tentou mudar era tarde, o estrago era irreversível. Só nos restou aplaudir o Andrezinho e esperar pelos depoimentos da direção colorada.

Eu não esperei depoimento algum, mas espero, sinceramente, que os dirigentes parem de arrumar desculpas e tratem de buscar reforços para a nossa defesa, pois esta é a segunda temporada que temos “o melhor time do país” (ou seria do continente) e só ganhamos o Gauchão. Não dá para viver só de marketing. Além dos problemas defensivos, temos problemas de comando, e não falo apenas do treinador. Se não tivermos atitude, não chegaremos a lugar algum.

Lembra quando saímos prematuramente da Copa Libertadores, veio o discurso de que agora o Inter teria apenas o Brasileirão e chegaríamos ao tetra. Desperdiçamos o começo da competição e, na melhor das hipóteses (sem computar os resultados de domingo), em cinco rodadas já caímos para a sétima posição na tabela.

Para piorar a situação, só falta eles terem bebido mais uma dose do bálsamo da imortalidade lá nos Aflitos e detonarem o Palmeiras na quinta. Deus tenha piedade, pois se isso acontecer, eles levantam mais uma Copa do Brasil. E nesse caso, a implosão não será do Verdão, mas do Beira-Rio. Acredite, a derrota para o Botafogo além de abater o moral colorado, reascendeu a esperança gremista.

Diante do exposto, até podemos continuar fazendo graça com o nosso mais tradicional adversário. Podemos dizer, enquanto eles constroem aquela arena espetacular, que seremos o único clube brasileiro a sediar jogos de duas Copas do Mundo (Em 1950, o nosso saudoso Estádio dos Eucaliptos recebeu duas partidas da Copa). Podermos provocá-los ao ouvirmos comentários como o do ministro dos Esportes, que reconheceu que estão construindo, no Humaitá, o melhor CT (Centro de Treinamentos) da Copa 2014. O que é inadmissível é pensar que tudo está 100% no Beira-Rio. Ou mudamos o discurso, ou logo ali adiante estaremos nos vangloriando de termos o melhor Departamento de Comunicação entre os clubes brasileiros, o que realmente é verdade, basta acessar o site do clube e ver a maravilha que é o material disponível para a Imprensa antes dos jogos. Tudo isso é secundário, queremos resultados dentro de campo.

Nenhum comentário: