O dia da comemoração podemos mudar. E vale ressaltar que o feriado de emancipação foi postergado desta quinta-feira, 5 de abril, para segunda, dia 9. O que não podemos alterar é o sentimento de orgulho que temos por esta terra onde quase todos somos descendentes de imigrantes ou de migrantes. Com dificuldades e muita luta, construímos esta cidade e sobram motivos para sentirmos orgulho dela.
Primeiro
vieram os colonizadores alemães que, como bem sabemos, foram jogados a própria
sorte pelos governantes da época. Eles não esmoreceram e abriram picadas por
toda a região, cultivaram a terra e prosperaram. Depois, os filhos dos
imigrantes, talvez angustiados e cansados de ver o sofrimento dos pais na luta
pela sobrevivência, começaram a fabricação de calçados. A ideia deu certo e,
logo, colonos de vários rincões do Rio Grande, como minha família, do interior
de São Francisco de Paula, foram se achegando na esperança de dias melhores.
Pena que, a
exemplo do que ocorreu no início da imigração, nossos governantes não viram e
nem previram problemas que enfrentaríamos com a falta de infraestrutura para
abrigar tanta gente, com a necessidade de políticas sólidas que incrementassem
a produção calçadista e até mesmo que tratassem da diversificação do nosso
setor industrial. Mesmo assim, mais uma vez, este povo ordeiro e trabalhador deu
a volta por cima e chegamos aos 85 anos de emancipação político-administrativa
de Novo Hamburgo com muito mais a comemorar do que a lamentar.
E hoje,
olhando para o passado, baseado no nosso presente, me animo a dizer que temos
tudo para caminharmos a passos firmes rumo ao centenário de Novo Hamburgo.
Muito ainda precisa ser feito, mas hoje temos vários pontos de apoio que não
tínhamos lá no início da colonização e da produção calçadista. Investimos na Educação
e temos uma universidade que já é referência no País; temos atacado de frente o
problema habitacional; começamos a nos preocupar com a preservação de natureza
que nos acolhe. Muita coisa ainda há por ser feita, mas todas elas possíveis de
serem alcançadas. Precisamos melhorar o atendimento na Saúde, a Segurança
continua deixando muito a desejar e a infraestrutura urbana quase nos remete
aos tempos dos nossos avós.
Espero e
quero crer que nossos administradores terão competência e discernimento para
conduzirem nosso destino para uma Novo Hamburgo ainda melhor em 5 de abril de
2027. Aí sim, no dia exato, uma segunda-feira, a festa será completa. Espero
viver até lá para celebrar a data e, quem sabe ainda lúcido, poder contar um
pouco do que vi quando aqui cheguei, 48 anos atrás.
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