terça-feira, 9 de abril de 2024

Deus tenha misericórdia dos aposentados

Dia desses precisei ir até a agência bancária encarregada da minha aposentadoria para obter o extrato para o Imposto de Renda e vi, bem de perto, a situação de desamparo dos aposentados. Uma única atendente, uma simpática e atenciosa moça, se desdobrava para orientar os clientes, todos idosos. Ao menos no tempo de mais de meia hora que eu tive de aguardar até chegar a minha vez, a maioria das pessoas estava lá em busca de empréstimos tentando amenizar sua grave situação financeira. Um triste cenário de gente que trabalhou arduamente uma vida toda e agora, quando deveria desfrutar da merecida aposentadoria, precisa bater à porta dos bancos em busca de empréstimos que, longe de ajudá-los, apenas empurram para logo ali adiante os seus graves problemas.

Enquanto ouvia os tristes, e alguns emocionantes, relatos de quem não está dando conta de seus compromissos, fiquei imaginando o quanto seria importante se a sociedade (talvez o poder público ou alguma ONG muito bem intencionada) disponibilizasse pessoas em frente aos bancos, que abordasse os aposentados antes que eles entrassem e contraíssem mais dívidas. Certamente, com alguma orientação e, quem sabe, outro tipo de socorro, seria possível evitar casos como um que presenciei, de uma senhora que, já esgotado o seu limite de consignado do INSS, tanto insistiu com a atendente até que obteve R$ 1.000,00 que serão pagos em 15 parcelas de cerca de R$ 160,00, o que totalizará quase R$ 2.500,00.

Junte-se a experiências como essa que reportei, as constantes tentativas de golpes a que estão expostos os aposentados, diariamente, e só nos resta lamentar que nada seja feito para proteger essa enorme parcela do nosso povo.

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