Na manhã
desta quinta-feira, me envolvi num pequeno acidente de trânsito. Algo sem
gravidade, mas que me fez refletir o resto dia, não sobre o que aconteceu ali, sim,
sobre o sentido da vida. Em frações de segundos, vi minha alegria em pilotar
uma moto transformada num pesadelo. Felizmente, não passou de um susto.
Eu me
deslocava para o trabalho, sem pressa, pois chegaria antes das 8 horas que é o
meu horário da manhã. Numa subidinha fraca, na sinaleira, um ônibus puxava a
fila que aguardava o sinal abrir. Havia mais dois ou três veículos a minha
frente, todos bem próximos. De repente, a moto deu um salto e eu vi o paralamas
dianteiro se envergando todo na traseira do carro da frente. Como nos bons
tempos dos meus 18, 20 anos, antes que a moto se estendesse no asfalto, lembrei
que sou gaúcho de São Francisco de Paula, boleei a perna e saltei na calçada.
Logo
constatei que estava tudo bem comigo. A moto também estava em perfeitas
condições de uso, só a placa ficou arrebitada depois da batida. O carro da
frente também estava intacto, já o que me bateu teve aquela saia abaixo do
parachoques toda quebrada. Se estava tudo bem, não havia razão para ficarmos
ali atrapalhando o caótico trânsito daquela hora.
Subi novamente
na moto, sem medo e, como parece acontecer com todos que passam por uma
situação de aperto, pensei em Deus naquele momento. Ato contínuo, lembrei do
meu amigo e ex-colega de trabalho, Luis Felix. O Gordo, como carinhosamente o
chamávamos desde o início da década de 1980 quando o conheci, morreu num
acidente de trânsito. Uma batida que teria sido banal como essa que aconteceu
comigo, não fosse pelo fato de um caminhão, logo após a queda, ter passado por
cima de suas pernas. Ele não resistiu e se foi.
Pensando no
que dizer para Deus e no que aconteceu com o Gordo, me ocorreu que eu não tinha
o direito de dizer: “Obrigado, meu Deus, por que comigo não aconteceu como com meu
amigo.” Pedi, então, que Deus me perdoasse pelos momentos (E são tantos.) em
que me preocupo só com os meus problemas e ignoro o mundo que me cerca.
Tem tanta
coisa, algumas pequenas e quase insignificantes, que podemos fazer no dia a
dia, mas sempre achamos desculpas para adiar esses feitos. Ninguém sai de casa
pensando que poderá não voltar. Igualmente, ninguém pode garantir de retornará
depois de mais uma jornada de trabalho. Logo, precisamos viver com mais
intensidade cada momento, estar mais perto dos amigos, repartir alegrias e sermos
solidários com os que sofrem.
Um comentário:
Fernando, a nossa vida radicalmente de uma hora pra outra, basta um susto entre a vida e a morte, termos a seriedade e de alma de Luz, para pedir perdão e , sentir que a vida tem que ser mudada, este é um bilhete premiado amigo, tudo que sentistes dentro da tua alma, foi mais uma chance, e esta de mudanças. Coloquei teu blog , no meu blog como sendo muito importante, a todos nós blogueiros.
Abraços amigo , que as Bençãos dos céus abençoe sempre tua vida Amém
Vera de Carvalho Fernandes
http://baleirodepalavrasrs.blogspot.com.br
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