segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um sonhador


Sempre fui um sonhador. Nos meus pensamentos e devaneios, ao longo dos anos, acumulei sonhos utópicos onde todos viviam felizes, sem intrigas, sem maldade, com respeito, solidariedade, alegria. Sempre tive dificuldades em confrontar meus projetos com a realidade dura desse mundo individualista e ganancioso. Quase sempre abandonei (ou adiei) meus sonhos diante dos primeiros obstáculos.

Assim, nestes 56 anos completos hoje, tudo que construí foram as amizades. Até mesmo os filhos especiais que tenho, reconheço que eles o são graças à dedicação e competência da mãe deles. Atravessei esses anos todos apenas sonhando com um mundo melhor, mas com pouca ação na busca da transformação tão necessária. Não me sinto infeliz assim, mas reconheço que eu poderia ter realizado muito mais.

Competência, sem falsa modéstia, acredito que não me faltou. Fazer o que? Este é o meu jeito de lidar com a vida e aqui estou, agora, com pouco ânimo para novos empreendimentos, com receio de retomar alguns que já estiveram bem encaminhados. Por isso, peço a Deus que me oriente e conserve minhas amizades e o amor de meus filhos, da mãe deles e de meus familiares. E se não for pedir demais, que me dê muitos anos de vida; quem sabe alguns sonhos ainda possam se tornar realidade. Afinal, utópico é não sonhar.

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