terça-feira, 1 de março de 2011

Contra a Discriminação

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março em referência ao Massacre de Shaperville, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nessa data, no ano de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.

O apartheid, que significa "vida separada", era o regime de segregação racial, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder na África do Sul, enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e sociais.

Quando falamos em apartheid e na luta contra a segregação racial, logo lembramos Nelson Rolihlahla Mandela. Ele nasceu em 18 de julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul), foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999. Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano de 1942, ingressou no Congresso Nacional Africano (movimento contra o apartheid).

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista. Ele sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou com “O Massacre de Sharpeville”. A partir dali, ele passou a defender a luta armada contra o sistema e se tornou comandante do braço armado do CNA. Isso lhe custou uma condenação a prisão perpétua.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990 e nesses 26 anos, se tornou o símbolo da luta anti-apartheid. Neste período, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo, até que o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a sua libertação. Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul. Em 1994, Mandela se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul e governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista e também pela reconciliação de grupos internos.

Da mesma forma como lembramos a luta de Mandela contra a segregação racial, quando pensamos ou falamos no assunto, normalmente, nos concentramos ou nos reportamos aos problemas mais amplos de discriminação. Porém, os pequenos gestos e algumas brincadeiras de mau gosto que se faz no dia-a-dia podem esconder ou alimentar sentimentos segregacionistas tão nefastos quanto aqueles noticiados com tanta frequência em vários pontos do planeta.

Vale aproveitar esse 21 de março que se aproxima para uma reflexão sobre a responsabilidade de cada um de nós pela segregação, aqui mesmo em nosso país, lembrando que a discriminação não se dá apenas pela cor da pele; ela passa pela conta bancária, pela faixa etária, ...e por ai vai.

Antes de apontar os que discriminam, cobro de minha consciência se não o faço também!

fernando.santos@odiario.net

Nenhum comentário: