Dizer que a sociedade está doente, talvez seja pouco. Dizer
que os valores da sociedade estão confusos, é ser otimista. A sociedade agoniza.
Não temos mais valores. Vai longe o tempo em que as pessoas tinham respeito
umas pelas outras. Hoje o corporativismo impera e defende-se apenas os
interesses próprios, não importa os anseios e necessidades de outros segmentos
da sociedade.
Logo cedo, fico abismado quando abro um jornal regional e me
deparo com a notícia de que a Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo voltará a
discutir um projeto que tem a pretensão de proibir a inauguração de obras antes
de sua conclusão. Na minha humilde concepção de princípios, moral, respeito,
não tem o que discutir e nem precisa lei. Se algo não foi feito, não tem porque
inaugurar.
Chego ao trabalho e me deparo com outra notícia dando conta
de que esposas de deputados estiveram reunidas com o presidente da Câmara
Federal reivindicando que elas voltem a ter direito a uma cota de passagens
aéreas. Pobres esposas dos parlamentares, que estão perdendo um benefício que
lhes desestressava da dura vida de dona de casa, precisando administrar bem os “minguados”
R$ 34 mil que o marido ganha (sem contar algumas “justas” regalias como auxilio
moradia, etc) na hora de fazer o rancho do mês. Será que estas senhoras sabem
quanto custa um quilo de feijão? Ou uma daquelas “bolinhas” de carne moída (de
segunda) que os trabalhadores levam para casa?
Enquanto se inauguram obras inacabadas (e isso não é “privilégio”
de Novo Hamburgo) e esposas de políticos têm direito a passagens aéreas, quem
realmente trabalha para produzir a riqueza deste país precisa rever seus planos
para os finais de semana. Com o aumento abusivo no preço dos combustíveis, tirar
o carro da garagem, nem para levar a sogra no médico. Viajar para o litoral,
nem pensar. Uma prainha do Rio dos Sinos, talvez.
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