Lembro-me do Inter do início da década de 1970, Estádio
Beira-Rio recém inaugurado, sonhávamos com um time que encarasse de igual para
igual os grandes do eixo Rio-São Paulo.
O clube foi montando uma equipe consistente, vieram de fora um grande
goleiro (Manga), o melhor zagueiro da América (Figueiroa), um volante que
impunha respeito (Carbone), mais um centroavante goleador (Dario - Dadá
Maravilha). Logo foram surgindo pratas da casa (como Valdomiro, Falcão, Batista
e Mauro Galvão) que se somaram a esses e qualificaram ainda mais o time e o
plantel. E o esforço dos dirigentes colorados culminou com as conquistas do
Brasileirão em 1975, o bi em 76 e o tri em 1979.
Balcão de negócios
Temos de admitir que os tempos são outros, mas ninguém me
tira da cabeça que hoje os interesses também são outros. Sabe-se que atualmente
o assédio do futebol europeu e asiático é grande (já foi até maior) e que se
torna difícil segurar bons jogadores por muito tempo. Porém, as negociações
feitas pelo Inter não me convencem. Elas acontecem apenas para atender
interesses financeiros dos empresários donos dos passes dos atletas. E os
torcedores acabam se iludindo e dando atenção apenas aos nomes que estão
chegando e não prestam atenção nos que estão indo embora.
Oscar por Ganso?
Um ano atrás, trocar Oscar por Ganso seria seis por meia
dúzia. Hoje é prejuízo na certa. E mais. Jogador que fica uma temporada só no
clube, no máximo duas, não estabelece vínculo, não encarna o espírito do time.
Quando o Oscar começa a render, a direção o deixa sair para encher os cofres. O
torcedor quer time, não extrato bancário.
Instabilidade
A instabilidade do time do Inter é preocupante e o problema
não é perder em casa para o Botafogo, ou ganhar do Cruzeiro, também em casa, com
as calças na mão. O que incomoda é a falta de uma postura de time grande, dentro
de campo. A direção gosta tanto de usar a expressão “Campeão de Tudo”, mas não
mostra indignação ao ver a equipe acuada em pleno Beira-Rio.
Sem consolo
O consolo de que o clube da Azenha também ainda não se
firmou na temporada, não me serve. Se temos jogadores de qualidade, e todos
admitem isso, temos de ter uma equipe, igualmente, com qualidade. Achar que
está bom porque chegou o Forlán e por que eles se ferraram, é muito pouco.
Lembram que tudo se resolveria quando repatriamos o Rafael Sobis e quando
trouxemos o Bolatti? Deu em nada. O Sobis não resolveu; o Bolatti está aí,
entrando no time aos 45 do segundo tempo. E quanto foi investido nesses dois?
Será que o Forlán vai resolver nossos problemas de defesa? E por que não trazer
um zagueiro que realmente resolva?
Futebol, que nada
Eu não poderia encerrar a coluna sem falar algo
sério. Não sei se o leitor se deu conta, mas metade dos gaúchos que gostam de
esportes (talvez até um pouco mais, admito), na segunda-feira, só falou da luta
do Anderson Silva. Tá certo que ele deu uma surra no seu oponente, mas daí
esquecer o futebol, é dose. Aliás, surra por surra... essa meninada da Vila
precisa de um corretivo. Deixa estar, domingo, mesmo sem nossos “olímpicos”,
haveremos de vingar a honra do co-irmão. Ah! Espero, também, que o Cruzeiro se
reabilite no final de semana.
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