Renato Manfredini Júnior foi um brasileiro que viveu apenas
36 anos, mas escreveu coisas incríveis que nos fazem pensar. Conhecido pelo
nome artístico Renato Russo, esse cidadão deixou um legado invejável de
composições, como “Que país é este?” onde diz que “nas favelas, no Senado,
sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no
futuro da nação (...)
Nem é preciso ser gênio, como foi Renato Russo, para se
perguntar:
Que país é este, onde quem cumpre com seu mandato e vai às
vilas ouvir os clamores do povo é ameaçado de suspensão de sua função, porque
alguns se sentiram ofendidos por seu discurso?
Que país é este, onde um cidadão que se excede, cansado pela
indiferença daqueles que deveriam representá-lo, é proibido de acompanhar as
sessões da Câmara de Vereadores?
Que país é este, que não consegue punir aqueles que desviam
o dinheiro público, como ocorre com a Farra das Diárias?
Talvez só nos reste outro verso eternizado na voz
inconfundível de Mercedes Sosa:
“Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente”
Já disse isso em outra oportunidade, mas volto a repetir. Sempre fui contrário a qualquer tipo de intimidação ou uso da força para se fazer ouvir ou chamar atenção. Entretanto, entendo que em algumas situações, quando há truculência e intransigência, não resta alternativa senão a manifestação de inconformidade.
Pena que o povo, depois de ter saído às ruas com tanta empolgação, já tenha se acomodado, dando mostras de que continuará suportando tanta injustiça e descaso.
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