sábado, 31 de agosto de 2013

Solidariedade no pós enchente


O sábado, 31 de agosto de 2013, amanheceu nublado em Campo Bom, com previsão de mais chuva para boa parte do Estado do Rio Grande do Sul. Muitas famílias atingidas pela enchente, somente hoje conseguiram chegar em suas casas, pois ainda há locais com muita água. São pessoas que tiveram de sair às pressas, na segunda e terça-feira, muitas deixaram quase tudo o que tinham dentro de casa.
O cenário do pós enchente, em Campo Bom e Canudos, é deprimente. Movimentação intensa de pessoas pelas ruas enlameadas; montes de móveis encharcados e retorcidos pela umidade, sofás, TV, lastros de camas e mais uma infinidade de utensílios domésticos amontoados em frente às casas. Diante dessas imagens e com as narinas impregnadas com o mau cheiro causado pelos detritos trazidos pelas águas, era difícil imaginar ou tentar estabelecer o quanto estavam sofrendo aquelas pessoas.
Junto com o pessoal do Sindicato dos Sapateiros de Campo Bom, naqueles dias em que a água do Rio dos Sinos subia, estive várias vezes nos locais atingidos pela enchente, fotografando e observando a gravidade da situação. Os moradores mais antigos contam que desde 1965 não acontecia uma enchente tão grande.
A hora é de solidariedade, muitos perderam tudo ou quase tudo do pouco que tinham. Muitos precisam, também, incentivo moral para reencontrar forças para seguir lutando. Se você ficou chocado com o que viu nos noticiários dos últimos dias, colabore doando uma vassoura, um produto de limpeza, ou quem sabe uma cesta básica. E ainda que você não tenha recursos ajuda material, pode colaborar com um gesto de carinho com um colega de trabalho ou conhecido que esteja passando por essa situação indesejada e inesperada.
















terça-feira, 20 de agosto de 2013

Que País é este?

Renato Manfredini Júnior foi um brasileiro que viveu apenas 36 anos, mas escreveu coisas incríveis que nos fazem pensar. Conhecido pelo nome artístico Renato Russo, esse cidadão deixou um legado invejável de composições, como “Que país é este?” onde diz que “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação (...)

Nem é preciso ser gênio, como foi Renato Russo, para se perguntar:
Que país é este, onde quem cumpre com seu mandato e vai às vilas ouvir os clamores do povo é ameaçado de suspensão de sua função, porque alguns se sentiram ofendidos por seu discurso?
Que país é este, onde um cidadão que se excede, cansado pela indiferença daqueles que deveriam representá-lo, é proibido de acompanhar as sessões da Câmara de Vereadores?
Que país é este, que não consegue punir aqueles que desviam o dinheiro público, como ocorre com a Farra das Diárias?

Talvez só nos reste outro verso eternizado na voz inconfundível de Mercedes Sosa:
“Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente”

Já disse isso em outra oportunidade, mas volto a repetir. Sempre fui contrário a qualquer tipo de intimidação ou uso da força para se fazer ouvir ou chamar atenção. Entretanto, entendo que em algumas situações, quando há truculência e intransigência, não resta alternativa senão a manifestação de inconformidade.

Pena que o povo, depois de ter saído às ruas com tanta empolgação, já tenha se acomodado, dando mostras de que continuará suportando tanta injustiça e descaso.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Senhor presidente! Senhores vereadores!

Presidente - Com a palavra, o secretário!
Secretário - Projeto de Lei nº xxx/13, do Poder Executivo, que Abre Crédito Suplementar.
PresidenteEm discussão o projeto xxx/13; ninguém querendo discutir, está em votação. Os vereadores favoráveis permaneçam como estão e os contrários se levantem.

Senhor presidente, senhores vereadores! Ocupo esse espaço, respeitosamente, para lhes dizer, como cidadão que defende a democracia e reconhece a importância dos Poderes Constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário), que não posso me calar diante do que assisti na manhã fria e chuvosa desta quarta-feira, 14 de agosto de 2013, na Câmara de Vereadores de Campo Bom.

O diálogo transcrito acima foi o que se ouviu durante a votação de vários projetos que estavam na Ordem do Dia da sessão. Quero crer que os vereadores sabiam o que estavam votando, mas e a assistência? Na minha modesta opinião, se tiver uma única pessoa na assistência, deveria ser lido, no mínimo, um resumo do projeto, para que aquele cidadão que lá compareceu para acompanhar o trabalho do Legislativo saiba o que estão fazendo. Para que se fortaleça a democracia é necessário respeito por quem tem o por quem não tem direito a voz.