Quando as coisas acontecem longe de nós, até nos
sensibilizamos, mas fica por isso mesmo. Vamos em frente! Agora, quando o
problema bate a nossa porta, envolve nossa comunidade, nossos filhos, nossos
familiares, temos que tomar algumas providências.
Não é de hoje que, quando vou ao mercadinho ali perto da
minha casa, no Loteamento Dona Augusta, tenho de esperar que um portão de grade
seja destrancado, pois os proprietários não se arriscam trabalhar com a porta
aberta. Outro dia, minha esposa e eu fomos visitar uma vizinha que perdeu o
marido e fiquei estarrecido ao ouvi-la contar que, além da dor pela perda do
companheiro, sofreu a humilhação e a revolta de ter de deixar seu ente querido
sozinho na sala mortuária do Cemitério Municipal de Campo Bom durante a noite,
pois havia grande risco de serem vítimas de assalto. Não foi novidade a
informação de que os bandidos estão agindo até mesmo nessas ocasiões, mas, como
disse no início deste comentário aconteciam longe de mim, da minha família.
A violência tem aumentado significativamente e chega cada
dia mais perto de nós. No início desta semana, outro caso mexeu comigo e com
boa parte da população campo-bonense. Circula nas redes sociais, um vídeo de um
assalto a uma farmácia na Avenida Brasil (a mais próxima da minha casa). Um
rapaz entrou no estabelecimento como se fosse um cliente e, ao ser atendido,
levantou a camisa mostrando um revólver na cintura. Recolheu todo o dinheiro do
caixa, virou as costas e foi embora como se nada tivesse acontecido.
Tá mais do que na hora de unirmos forças para cobrar medidas
efetivas daqueles que são responsáveis por oferecer segurança à população. Não
é novidade para ninguém que temos falta de efetivo em nossas polícias, falta
estrutura para que eles realizem seu trabalho, seus salários são baixos. Esperar
de braços cruzados, chorando o leite derramado, não vai nos levar a nada.
Reuniões de cúpulas, nos gabinetes, também não têm trazido soluções
satisfatórias. É hora das pessoas de bem do município refletirem sobre a
situação e saírem às ruas, unidas, ordeiramente, mostrando nossa
inconformidade. E mais que isso, mostrando que estamos dispostos a mudar esta
situação que está ficando insustentável.