Pés no chão
Sempre procurei andar com os pés no chão. Às vezes até demais. Dei algumas topadas, peguei bicho de pé, mas nunca botei salto alto. Quem me conhece sabe, digo muita bobagem quando o assunto é futebol. Escrevê-las, jamais! Quando o faço, é por pura ignorância, mesmo! Assim sendo, sou um colorado convicto de que nunca fomos o melhor time do mundo, mesmo na façanha heróica de vencer o Barcelona no Mundial de Clubes.
Quase tudo
Critico os colegas aqui do jornal quando os vejo desperdiçando tempo e espaço com comentários mal embasados sobre o tradicional rival (não importa de que lado se está). Enquanto ficamos aqui chamando o atacante adversário de varzeano ou o meia do outro de mascarado e pipoqueiro, os clubes do centro do país vão acumulando títulos nacionais. Aí eu pergunto: Adianta ser imortal só por que não cai (ou quando cai, logo volta) ou ser campeão de tudo, quando tantos jovens nunca sentiram a emoção de erguer uma taça do Brasileirão?
Melhor escola
Temos aqui no Estado uma das melhores (talvez a melhor) escolas de futebol. Não vou citar nomes para não cometer injustiça com nenhum dos tantos bons jogadores que surgiram na Azenha e na Padre Cacique. Muitos deles nascidos em outros estados, mas vindos muito jovens para aprender aqui. De novo eu pergunto: Se formamos bons jogadores, por que não conseguimos os principais títulos?
Pés no chão II
Que o torcedor seja passional, eu compreendo. Lembro-me quando o Inter perdeu Figueroa, o maior zagueiro que atuou em solo gaúcho nos últimos 50 anos, nós esperávamos o mesmo desempenho do time com o Marião. Para os mais jovens que nunca ouviram falar no substituto de Figueroa, eu digo que Marião seria um tipo de Paulão (aquele que ajudou a livrar o Grêmio da Segundona ano passado) sem Twitter, Orkut ou Facebook, ou seja, muito mais limitado. O torcedor, admite-se, mas dirigente de futebol não pode ser passional. E eu me irrito profundamente quando vejo dirigentes do Inter dizendo que somos o “Campeão de Tudo”. E o que é pior, isso é dito não apenas para provocar o adversário, mas por que pensam que realmente o somos. Assim, levaremos muito tempo para voltar a conquistar o título mais importante que disputamos: o Brasileiro.
No tempo certo
Já se passaram quase seis anos desde a vitória sobre o Barcelona e tem colorado achando que o time do Inter ainda deveria ser escalado com Clemer, Bolívar, Índio, Tinga, Fernandão, Iarley e mais cinco quaisquer. Figueroa, Valdomiro e Falcão continuam sendo meus grandes ídolos, mas há muito não tem mais lugar no meu time, e nem os quero como técnicos ou em qualquer outra função, a menos que provem que têm competência para tal.
Renovação
Formamos atletas aos borbotões. Exportamos garotos “nas pontas dos cascos” e repatriamos ex-atletas. Como vamos formar bons times? Fiquei pasmo quando ouvi, logo depois do Gre-Nal do último domingo, o presidente do Inter dizer que o clube está ultimando a venda de um zagueiro da seleção Sub-20, campeão mundial. Nem vejo no Juan a solução para os problemas defensivos do nosso time, mas o momento era para anunciar a aposentadoria de Bolívar, Índio e Tinga, que foram muito importantes na história recente do Inter, mas não têm condições de estarem entre os titulares.